Prata da Casa


Lorena Repossi Pestana

14/07/2021

Lorena Repossi Pestana

No mês de setembro celebramos o mês do profissional de Educação Física e nada mais gratificante do que destacar, nesta edição do Prata da Casa, uma profissional que tem feito a diferença nesta área. Lorena Repossi Pestana, nossa professora Lorena, faz parte do Colégio CEIC desde 2019, atuando como professora de Educação Física do ensino fundamental
(a partir do 5º ano) ao ensino médio.

Especializada em Educação Física Escolar e Proeja, Lorena tem se destacado em sua abordagem na disciplina. Com mais de 10 anos de carreira, comentou um pouco do seu trabalho e também sobre os grandes desafios que o período de quarentena tem trazido à sua disciplina. Prestigiem nosso destaque da edição de setembro!

Por que quis se tornar uma profissional de Educação Física?

“Sempre gostei de Educação Física desde pequena. Fui atleta de vôlei, no Clube Álvares Cabral e atleta de handebol, como bolsista, na escola. O esporte sempre este presente na minha vida! Além disso, eu sempre admirei os meus professores de educação física, então, desde pequena, eu já sabia o que eu queria ser. Quando chegou a hora de escolher o curso, nem hesitei. Entrei com 17 anos, na faculdade e aos 21, já estava formada. Desde os 18, já atuava na área. Sempre foi uma das minhas certezas, pois sou apaixonada por atividade física. Então, não tinha como não atuar nessa área.”

Durante este tempo de CEIC, qual lembrança mais te marcou?

“Meu primeiro impacto, sendo da área de educação física, quando cheguei para conhecer a escola, foi a ótima estrutura oferecida para a realização do trabalho. Depois, a forma com que fui acolhida por todo o corpo docente e pedagógico, além de ser muito bem recebida, principalmente, pelos alunos, né?

A ideia era trazer uma proposta nova de educação física que demandava a participação de todos. Geralmente, implementar novas ideias gera bastante desconfiança, principalmente de algo que não depende só de mim, então o trabalho perpassa por fazê-los acreditar, o que pode levar um tempo. Porém, não foi o caso, meu grande impacto com estes alunos, foi a tamanha receptividade e acolhida que tiveram com a nova perspectiva que eu quis trazer para a disciplina. Eles estavam dispostos a seguir minhas orientações, brincar, se exercitar e isso me deixou bastante encantada, então, não tinha como não fazer parte da família CEIC”.

Você tem uma proposta diferente de trabalho. Se pudesse descrevê-la, como seria?

“Existe uma visão, muito comum, da disciplina de educação física como um momento de lazer. Infelizmente, alguns colegas da área compactuam com essa perspectiva e se acomodam, o que gera problemas para a disciplina, em termos de participação e importância.

Nesse sentido, venho nessa batalha, desde que assumi minha primeira escola, há 10 anos. Meu trabalho é mostrar que a educação física é uma matéria que está no currículo escolar e é obrigatória, como outra qualquer. Claro que existem algumas limitações, seja do meio ou dos próprios participantes, que podem não conseguir se desenvolver bem numa aula prática, por problemas de saúde e etc. Mas se está tudo bem, qual o impedimento? Você tem que participar e se desenvolver, como em qualquer outra disciplina e ser avaliado por seu desempenho e participação.

Para que eles entendam isso, meu trabalho é conquistá-los e fazê-los confiar, explicando sempre eles a importância da educação física, o porquê de trabalhar a coordenação motora, a cooperação, o movimento e etc. Isso precisa fazer sentido para que eles possam confiar que a disciplina faz diferença na vida deles. Com essa maneira de abordar a disciplina, tenho conseguido mantê-los interessados e hoje, posso dizer, que tenho uma participação de quase de 100% nas aulas. Só não participa, realmente, quem está com alguma limitação física ou algum problema de saúde. Eu criei esse vínculo com eles e a proposta tem dado certo, pois as trocas estão sendo recíprocas e positivas.”

Qual parte do seu trabalho você destacaria, que evidencia sua metodologia?

“Isso é muito subjetivo, pois cada lugar e grupo tem suas particularidades, mas quando ingressei no Colégio CEIC, o período foi de completa transição. Com o que pude observar, quis trazer movimento aos alunos e fazê-los internalizarem, que o momento da aula de educação física era de conexão com o corpo, que eles precisavam estar desconectados da vida lá fora, que precisavam suar e seguir regras básicas, como roupas adequadas, não usar o celular e etc. Dito isso, o que costuma fazer diferença são os jogos cooperativos.

Sempre inicio o ano letivo com atividades que estimulem a cooperação e empatia, porque são nelas que trabalho valores como a socialização, apoio e solidariedade. Quando um colega pede ajuda, ao invés de questionar o motivo, você devia apenas o ajudar. Parece algo automático, muito simples, mas na interação deles, não é. Muitos têm receio de pedir ajuda, pois se sentem inseguros em relação a si mesmos e também, em relação a reação dos colegas. Ao trazer o exercício de cooperação, não faço apenas os alunos confiarem em mim, mas também uns nos outros e isso traz uma evolução coletiva e individual muito grande.

Um exemplo de atividade de cooperação, na prática, é um exercício que costumo fazer com eles, no início do trabalho, de criação de novos jogos. Proponho a atividade, os divido em grupos, dou os materiais necessários, a partir disso, eles precisam criar um jogo com regras bem estabelecidas e demonstrá-lo a turma. Feito isso, a turma também precisa executar o que eles propuseram. Todos precisam criar sua própria atividade e também participar das atividades dos colegas. É um ótimo exercício de cooperação, pois fazem eles se compreenderem coletivamente, além de evidenciar a importância do meu trabalho como professora, ajudando a construir o elo de confiança que é algo fundamental no meu trabalho.”

Além de ser Professora, como é sua vida fora da escola? O que te motiva além de lecionar?

“Minha vida fora da escola é agitação pura! Sou muito elétrica, acordo já ligada no 220v! Os alunos até brincam comigo, dizendo “Professora, impossível você ter acordado agora, com essa energia toda.” Mas eu sou assim, minha vida requer muito movimento e costumo sempre estar fazendo atividades físicas regulares. Gosto muito de estar com a minha família e com os amigos, além de servir na minha igreja. Amo viajar, conhecer pessoas, lugares, culturas e culinárias novas. Mas, por enquanto, só depois da pandemia.”

Como tem sido enfrentar o isolamento?

“Sou muito elétrica, tudo o que faço tem muito movimento, então tem sido muito difícil, mas acho necessário, esse momento, temos que contribuir para que isso dê certo, né? Mantendo o distanciamento, fazendo apenas o necessário e tendo os cuidados. Inicialmente foi complicado, mas estabeleci uma rotina em casa, trabalhando e mantendo as atividades físicas que são muito importantes para equilibrar a mente.”

Sobre as aulas no isolamento:

“Tem sido um grande desafio, porque como a minha proposta consiste em ter movimento, este momento, dificultou um pouco a aplicação dessa metodologia, mas tenho passado um conteúdo mais dinâmico, adaptado ao momento, com vídeo aulas semanais e lives, para manter a interação. Eles têm compartilhado suas experiências e conversando, o trabalho tem sido mais socioemocional, trabalhando temas como as limitações para a atividade física, alimentação saudável, saúde mental, influência das mídias na estética corporal, o gênero nas aulas de educação física e etc. Por exemplo, agora, o assunto abordado são os jogos adaptados, que são conhecidos como jogos paralímpicos. Enfim, tenho aproveitado esse momento para debater assuntos em um bate-papo mais leve, mas que ainda sim, são pertinentes na área de educação física e o feedback tem sido muito bacana. Eu diria que estamos conseguindo desenvolver um bom trabalho, apesar do momento.”

 

Deixe uma mensagem aos alunos e colegas de trabalho:

“Estou com saudade do convívio diário, da sala dos professores, dos nossos alunos, das aulas, dos nossos bate-papos, das interações... Desejo muita saúde a todos, para passarmos por essa fase. Que esse tempo seja, sobretudo, de reflexão, de valorização dos nossos, do que temos e somos. Um recomeço, né? Estou cheia de energia para gastar em ideias novas. Que isso tudo passe logo, pois não vejo a hora de estar com todos novamente!”

Professora Lorena, o Colégio CEIC | Dentinho de Leite lhe deseja muito sucesso e energia, neste caminho que percorre conosco. Esperamos ver grandes coisas do seu trabalho em nossa instituição e em breve, poderemos ver todos esses projetos se realizarem. Aproveitamos para a agradecer e parabenizar pelo mês do profissional de Educação Física, estendendo o agradecimento não só a você, mas a todos os profissionais que por aqui passaram, realizando trabalhos de excelência, atuando na saúde preventiva e na qualidade de vida dos nossos alunos e da sociedade. Fica aqui o nosso muito obrigado!


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